segunda-feira, 25 de julho de 2011

Crítica de Outside - Jornal O Globo




3 comentários:

Walber Vizeu disse...

Gostaria de saber qual a formação, ou informação, que a crítica Barbara Heliodora tem de sapateado, para afirmar que o solo do George Sauma "nem é tão bom assim"? Se ela acha o solo gratuito, é um direito dela, e pelo que pude ver na sessão do último sábado (06/08), esta opinião é só dela, pois é a apresentação mais aplaudida da peça. Mas daí ela achar que "nem é tão bom assim" é uma afirmação leviana e bastante comprometedora, para uma pessoa que sequer sabe o que é um shuffle, que dirá um pull back. Bárbara seja humilde e mantenha-se isenta, e porque não dizer, afastada, de comentar assuntos não fazem parte do seu universo de conhecimento. Crítico não é obrigado a comentar tudo o que vê. Sua crítica teria sido mais honesta e elegante se você tivesse se abstido deste comentário infeliz.
Sinto muito, mas o solo do George Sauma é brilhante, pois além dos passos serem muito bem executados, com um grau de dificuldade que poucos sapateadores brasileiros têm condições de executar, ele consegue aproveitar com genialidade os assentos musicais propostos pela canção.
Walber Vizeu

Italo Lomba disse...

Me causou um grande desconforto ler o comentário leviano e infeliz feito pela crítica Barbara Heliodora, no jornal O Globo, a respeito do sapateado do George Sauma, na peça Outside, de que o solo é gratuito e nem tão bom assim.

Primeiro porque o número de sapateado, além de ser bem realizado, pois é executado com uma limpeza e precisão absurdas, com um grau de dificuldade que poucos sapateadores no Brasil são capazes de realizar, é a apresentação mais aplaudida da peça.

Segundo porque D. Barbara, se naquele momento teve uma opinião diferente, ela como crítica renomada que é, deveria ter sido humilde e respeitado a opinião da maioria, e não ter usado o poder da sua caneta, num jornal do porte do O Globo, para impor a sua opinião, já que a sua formação sobre sapateado é tão inconsistente que não lhe dá condições de saber a diferença entre um brush e um shuffle, quiçá avaliar a execução e os sons de um pull back.

Assim, sua crítica teria sido mais honesta e elegante, se ela tivesse se permitido, ainda que desta vez, exercitar a humildade e a isenção, se afastando de comentar sobre um universo, cujo conhecimento é tão superficial quanto o da maioria, pois com certeza sua conclusão foi baseada no seu repertório restrito aos números de sapateado dos filmes musicais de Hollywood.
Italo Lomba

Anônimo disse...

Rio, agosto de 2011

Caro Italo

Primeiramente, grato por suas palavras tão elogiosas e pertinentes.
Eu só posso dizer que, acompanhei desde cedo os primeiros passos que George (com 5 anos!) e sua turma, repetiam à exaustão na maravilhosa ACADEMIA do TAP. E foram dez anos ininterruptos!!! Eu que quase sempre ia levá-lo ou buscá-lo, um dia resolvi fazer aula... Será que D. Barbara já tentou?
Quanto à sua critica (a dela), quem sou eu para falar? Talvez lhe falte um pouco de sensibilidade (quem tem, tem), e que se informasse um pouco sobre o trabalho que há por trás desses abnegados artistas. Estou brincando, D. Barbara! A Sra. já foi atriz, e ao lado de Sérgio Brito! Por que largou, não sei, mas imagino: exercer sua verdadeira vocação: crítica. E adquirir sua vasta cultura, que a todos embevecem, porém, equivocadamente, julga ser suficiente para conceber uma obra de arte. Quando eu disse... “o trabalho que há por trás...”, me referi também ao emocional, D. Barbara. Só os que criam ou representam, saberão lhe dar valor!!! Eis aqui a grande confusão: sensibilidade artística, absolutamente nada tem a ver com cultura artística!!!
Gostaria de fazer uma ressalva, que sou um mero espectador e observador mediano. Por isso, minha abstenção em analisar detalhes fundamentais da produção como iluminação, figurinos, etc... E, a meu ver, um dos mais esquecidos, porem principal na montagem de um espetáculo: exatamente tudo à cerca de sua realização. Patrocínio, divulgação, teatro, ensaios, etc... , pois como diz Caymmi: “Todo mundo quer comer abará, ninguém quer saber o trabalho que dá”. Minhas observações são restritas a um ponto especifico, mas nem por isso irrelevante.
Mas, a Sra. fala bem do musical (ufa!!! 9 meses de ensaio!!!) E que me conste, o diretor quis apenas aproveitar os demais talentos, que porventura, o elenco tivesse... Que mal há nisso? Ora, é uma ficção, com mensagens (do autor!) sócio-político-filosóficas, e músicas de David Bowie!!! Enfim, cabia sim o (show de) sapateado! Até a título de entretenimento, como pretende um musical. Como há, por ex., a excepcional cantora lírica Gabriela Genuda, e outros que exercem tão maravilhosamente seus mais diversos talentos, que se analisados detalhadamente (ou com profundidade), os números, danças, diálogos, enfim, fogem, às vezes, à trama inicial (uma simples história em um encarte de disco ...). Foram pensados para embelezar, engrandecer, abrilhantar, ou seja, espetáculos para o nosso povo que carece tanto, D. Barbara. Se há princípio e propósito honestos, trabalho árduo na sua realização, por que não louvá-los?
Não falo especificamente de “OUT SIDE”, que a Sra. elogiou. Falo de tantas outras criticas, ácidas ou freqüentemente perversas, que estamos acostumados a vê-la desferir. Estas sim, gratuitas. E não um número de sapateado, que se propôs a ser apenas isso: um número à parte, em um musical, por que não? Quanto à técnica executada, não posso, como a Sra. o fez, classificá-la, deixo para os entendidos. Mas, como disse o Italo, é um dos mais aplaudidos!
Mormente no Brasil, um país que desvaloriza sobremaneira seus artistas e que, às vezes, dependem apenas de um incentivo ou uma boa critica para continuarem seu trabalho, que é o de levar cultura ao povo! Cultura esta, de que a Sra. tanto se vangloria e que, inclusive, sobrevive dela.


Do amigo
George Sauma Jr.
(compositor)