domingo, 19 de outubro de 2008

Sobre os Estonianos, por Sérgio Nazar David


Uma estranha inquietude


Sérgio Nazar David

Lívia procura um amor, busca as emoções fortes do encontro com um homem. Suely (assim mesmo, com “y”) entrega sanduíches. Vê a casa das pessoas mas nunca pode entrar. Pedro sente algo estranho, que o inquieta e o leva a não querer sair de casa. Sua mulher, Marília, vai ao cinema aos domingos, vê filmes que fará questão de esquecer. É suficientemente inteligente para explicar a própria covardia diante do desejo e da vida. Fred trabalha num escritório na Praia de Botafogo, com vista para o mar, que tem quarenta e duas câmeras espalhadas. Ele quebra trinta e duas. Vai ser mandado embora, supõe, porque não está feliz, porque nem um curso de interpretação para TV consegue fazê-lo capaz de representar a comédia vil do capitalismo em que cada um tem o seu preço para se calar. Fred chuta o próprio casaco, joga a gravata no chão: “sabe para que serve a gravata?”, pergunta a Pedro, seu amigo. E completa: “para que a gente se lembre que está com a corda no pescoço!”
Este é o núcleo mais fundamental da peça Os Estonianos, de Julia Spadaccini, direção de Jorge Caetano: com Jorge Caetano, Ana Kutner, Thaís Tedesco, Pedro Henrique Monteiro e Ana Baird. O título evoca uma amiga que Fred adicionou no Orkut, estoniana, que envia fotos (da Estônia). Fred diz a Pedro: “Os estonianos são vermelhinhos, são fotos com todos em volta de uma mesa, rindo, muito felizes...” Enquanto Fred acha que alguém no mundo é totalmente feliz (e por isso se prepara para viajar para a Estônia), Marília acha que ninguém é feliz e que a única saída é ver o que falta ao corpo para medicá-lo. Marília se diz “psicanalista”, mas a palavra para ela tem pouco valor. Prova disso é que trabalha por silenciá-la. Nas sessões de Lívia, termina quase invariavelmente por um “temos que dobrar a dose”, “temos que mudar a medicação”.
Sigmund Freud se pergunta em Mal-estar na civilização: “o que os homens pedem da vida?” E ele mesmo responde: “esforçam-se por obter felicidade, querem ser felizes e assim permanecer”. Para tal “visam a uma ausência de sofrimento e de desprazer”. E também “à experiência de intensos sentimentos de prazer”. E avança um pouco mais, mostrando que uma certa parcela de mal-estar nunca pode ser abolida, por melhor que seja o mundo, porque estrutura a subjetividade humana: o mal-estar é estrutural.
Julia Spadaccini dá belíssima expressão a este fundamento da psicanálise, quando põe o saber do lado da analisanda, Lívia, que ao final da peça diz a Marília (sua analista) que não quer mais tomar remédio, que não quer mais ser “outra pessoa”, que quer ficar com a sua tristeza. É a partir deste ponto que pretende tecer a sua história de vida. Marília então se cala pela primeira vez. Lívia pergunta por que ela não diz nada. E, surpreendentemente, a analista responde: “porque você tem razão”.
Em Os estonianos, todos tentam se adaptar. Suely gostaria de ser vendedora de produtos de beleza para assim poder entrar nas casas que visita. Mas segue entregando seus sanduíches... Fred é gay e vive, entre os homens heterossexuais, rindo de piadas idiotas para fazer de conta que pertence ao grupinho... Marília chora com a cara na revista, mas não perde a pose de analista sabichona de filme americano. Lívia liga para uma agência de prostituição, cadastra-se, porque quer encontrar um homem “patético”. Talvez este tenha condições de amá-la. Acaba caindo num quarto de hotel com Pedro. Dança ao som de “Trust in me” com uma peruca loira, ela própria tão patética.
É nesta cena que vemos a comédia e a tragédia de vida contemporânea. Lívia tropeça num acessório, pede para começar de novo o número musical. Pedro concorda. Lá vem ela novamente se enroscando como uma cobra. O público ri, vai rindo daquilo tudo, porque sabe que Suelen (a prostituta) é na verdade Lívia tentando ser o que não é... Por trás da coreografia de filme B está o drama de tantos homens e mulheres, hoje, que têm liberdade, mas nem por isso são mais felizes. A cena lembra os filmes de Frederico Fellini. O revólver é de brinquedo, está apontado. Aperta-se o gatilho. Para nossa surpresa, o tiro é de verdade.
Interrompida a comédia, fica o público com o riso preso na garganta. Todo grande teatro é assim: faz pensar no que somos e no que queremos ser. O resto é entretenimento barato e fútil, ou experimentalismo vazio. Dito de outro modo: perfumaria ou sofisma.
A Companhia Casa de Jorge traz uma contribuição nova ao teatro brasileiro. Quero destacar que há aqui verdade, maturidade artística, uma posição clara face ao mundo, à existência, ao próprio ato criador. Julia Spadaccini tem um modo todo seu de escrever. Jorge Caetano compreendeu em profundidade o universo da autora, e ainda acrescentou (com requinte e sem histrionismo) na encenação o que no texto está em potencial. O estranho mundo de Julia é de inquietudes interiores, de pequenos dramas vividos na esfera íntima. Terminam sempre “entre quatro paredes”, para agora evocar Sartre, um dos grandes questionadores deste chão em que pisamos e que se foi construindo sob bases tão falsas. Terminam sempre em casa: a casa de Jorge.




domingo, 21 de setembro de 2008

OS ESTONIANOS




OS ESTONIANOS


É O NOVO PROJETO DA CIA CASA DE JORGE

O grupo, formado em 2005, criou o espetáculo NÃO VAMOS FALAR SOBRE ISSO AGORA, um work in progress com texto de Julia Spadaccini e direção de Jorge Caetano. No elenco: Ana Kutner, Isabella Lomez, Thais Tedesco e Pedro Henrique Monteiro. Esse trabalho foi apresentado no Espaço Arte Clara, Espaço Cultural Sérgio Porto, Espaço III do Villa Lobos e Teatro das Artes. A mesma equipe, estará apresentando no Sesc-Copacabana em Outubro de 2008 o novo espetáculo da Cia, chamado OS ESTONIANOS. No elenco: Ana Kutner, Thais Tedesco, Pedro Henrique Monteiro, Jorge Caetano e Ana Baird como atriz convidada.

sábado, 20 de setembro de 2008

South American Way em Buenos Aires


TEATRO ASTRAL- BUENOS AIRES- 2002

Espectáculos
Jornal La Nacion -Argentina

Historia de vida cantada

Sábado 9 de noviembre de 2002 Publicado en edición impresa

Opinión
Carmen Miranda, el mito brasileño, recreada acertadamente en un musical Foto: Maxi Amena
"South American Way". Carmen Miranda", musical de María Carmen Barbosa y Miguel Falabella, hablada en portugués con sobretitulado en castellano. Intérpretes: Stella Miranda, Soraya Ravenlo, Alexandre Barillari, Agnes Moço, Adilson Nascimento, Cláudio Galvan, Cristiano Gualda, Edgar Bustamante, Edio Nunes, Germana Guilherme, Giuliano Candiago, Izabella Bicalho, Janaína Azevedo, Jorge Caetano, Jorge Maya, Luiz Avellar, Ryta de Cássia, Sheila Matos y William Anderson. Escenografía: Renato Lage y Márcia Lavia. Vestuario: Claudio Tovar. Iluminación: Aurélio De Simoni. Coreografía: Renato Vieira. Dirección musical: Josimar Carneiro. Dirección: Miguel Falabella. Duración: 137 minutos, con un intervalo. En el Astral, Corrientes 1636, 4374-5707, martes a viernes, a las 21; sábados, a las 22, y domingos, a las 20.30. Entradas, desde 15 pesos. Nuestra opinión: muy bueno
Para algunas generaciones, Carmen Miranda es un nombre desconocido. Para otras, en cambio, su solo nombre evoca toda una época glamorosa de la canción brasileña. No está ajeno de este recuerdo ese matiz exótico que supo explotar y proyectar el cine norteamericano, donde la cantante exhibía sus incontables joyas, sus trajes de bahiana y sus grandes tocados saturados de flores y frutos, especialmente bananas, o con algún otro exuberante detalle decorativo.
Esta es la imagen que queda en el recuerdo, matizada con algunos temas musicales de la época como "Mamáe eu quero", "Tico tico no fubá", "Na batucada da vida" , "Aló aló", "Chica chica boom", "Adeus batucada" o "Diz que tem", canciones que se incorporan al espectáculo.
Quizá no quedó registrado que fue una de las primeras figuras latinoamericanas que llegaron a los escenarios y estudios norteamericanos. Claro, era demasiado fuego y ritmo para los públicos del Norte y este volcán de canciones los atraía por su peculiaridad.
Merecidamente, los brasileños decidieron rescatar esta imagen y dejarla estampada en "South American Way. Carmen Miranda", un musical que recrea algunas instancias de la vida de Maria do Carmo Miranda da Cunha, tal su nombre real. Como sucede en todo exponente de este género, el argumento no se detiene en profundizar en la historia y generar elocuentes acciones dramáticas. Simplemente toma algunos hitos de la vida de la cantante, especialmente aquellos que la llevan a viajar a los Estados Unidos y el desarrollo de su carrera internacional.
No están ausentes, por ejemplo, algunos personajes reales como la madre, la hermana, sus amigos, los integrantes de la Bando da Luna, el presidente Getulio Vargas; su marido, David Alfred Sebastian ( Jorge Caetano).
Personaje que vale por dos
Pero el gran personaje es Carmen Miranda y los autores (María Carmen Barbosa y Miguel Falabella) decidieron encarar a la protagonista desdoblándola en dos Carmen: la joven y la consagrada. De esta manera, quiebra la linealidad histórica para presentarla, incluso, simultáneamente a las dos juntas. Es una forma de contrastar los anhelos y las esperanzas de la joven cantante que soñaba con triunfar, frente a la otra, la triunfadora que se ve abrumada por los compromisos artísticos, desgastada por una rutina que la obligaba a encontrar sosiego en los barbitúricos y rodeada por la soledad y el desamor.
Un interesante recurso que permite presentar en este caso el éxtasis y la agonía de una cantante que encontró el triunfo, el dinero, la fama, pero que la agotó física y moralmente sin haberle permitido alcanzar la felicidad, carencia que fue lo que en última instancia desgastó su corazón solitario.
Esta es la parte argumental que, si bien tiene una fuerte carga dramática, también ofrece un espacio para que el humor tenga presencia y brillo.
Pero el texto corre el riesgo de verse un poco opacado, primero frente a la hechura estética y luego por la contundencia sonora de las canciones brasileñas -sobre todo mucho samba-, con un ritmo inigualable, que adquieren mayor relieve en las generosas voces de todos los cantantes, algunas sobresalientes, y en la actuación de los músicos al estilo de las grandes orquestas.
Si a esto se suma el despliegue cromático que ofrece el vestuario, con un colorido y un diseño atrapantes, puede decirse que "South American Way" es una sinfonía musical a todo color.
No resulta lo mismo en la escenografía, ya que por razones de costos no se pudo traer toda la maquinaria original, pero no es un gran reparo porque se compensa con algunos apuntes de utilería y con una inteligente iluminación que se sumó a la algarabía visual.
En cuanto a las interpretaciones, si bien se lucen Stella Miranda, la Carmen consagrada, y Soraya Ravenle, la más joven, no se quedan atrás las que interpretan la madre, la hermana o la gitana, y muchos otros cantantes imposibles de identificar por falta de un reparto en el programa de mano.
De cualquier forma, lo que queda en claro es que, con este musical, los espectadores pueden recuperar aquella figura que asombraba con su simpatía, su encanto y su exótico vestuario, características que le permitieron ser distinguida entre las grandes estrellas de Hollywood y, a su vez, mostrarla en una dimensión humana que resultó ser la menos difundida.
Susana Freire

VENEZA EM CAMPO GRANDE-MS




VENEZA

24/04/2004 10:24
Comédia de Miguel Falabella será apresentada hoje e amanhã

Daniel Pedra
Divulgação
A comédia “Veneza”, traduzida e adaptada por Miguel Falabella, será encenada hoje e amanhã, às 21 horas e às 19 horas, respectivamente, no Palácio Popular da Cultura, em Campo Grande. Os ingressos para a peça, que tem no elenco Laura Cardoso, Arlete Salles, Ewerton de Castro, Juliana Baroni, Débora Olivieri e Jorge Caetano, podem ser comprados no Shopping Campo Grande, na Praça Central, no 1º Piso, ao custo de R$ 40,00 e R$ 20,00 para estudantes.
A história se passa numa cidade isolada, decadente, esquecida no tempo. Velha e cega, a dona do prostíbulo se recusa a morrer sem antes rever, em Veneza, seu antigo amor, um homem que ela amava e a quem traiu no passado. Seu desejo é voltar a vê-lo para dizer que descobriu o quanto o amor é importante e pedir-lhe perdão antes de morrer. As três prostitutas do lugar resolvem leva-la até Veneza, porém descobrem que a viagem é cara e impossível de ser realizada.
Elas decidem, então, “criar” uma maneira de levar a velha senhora até lá. Com ajuda de um fiel cliente simulam, com elementos ao seu alcance (caixotes, ventiladores, tampos de mesa, etc...), uma viagem à cidade italiana, para que ela possa morrer em paz. Os esforços para construir essa viagem imaginária constituem numa fonte inesgotável de humor, criatividade, emoção e lirismo. Em Veneza, o sonho tem o poder de transformar a realidade quando todos acreditam estar visitando a cidade italiana sem nunca ter saído do lugar. Segundo o diretor Miguel Falabella, “Veneza tem um trato delicado com o imaginário”.











JULIA SPADACCINI E JORGE CAETANO - PARCERIA



30/09/2007 Entrevista concedida por email com Júlia Spadaccini por Juliana Pamplona

Trabalho como dramaturga da "Cia Casa De Jorge", estamos desenvolvendo um trabalho bem interessante a partir da dramaturgia. Estaremos em cartaz no Teatro das Artes a partir do dia 21 de maio com a peça "Não Vamos Falar Sobre Isso Agora".



Juliana - De que modo o seu trabalho de diretora interfere na sua dramaturgia e vice-versa?


Júlia - Só dirigi uma peça minha. O gostoso de dirigir é poder colocar em prática minhas idéias sobre a atmosfera do texto, mas sei que direção não pode ser só isso. Você precisa também ter um olhar mais funcional, um olhar que ultrapassa o pensamento e vai para a realidade. Eu não sei fazer isso. Sou subjetiva até o último fio de cabelo. Se dirigir as minhas peças, elas terão uma over dose do meu próprio olhar e talvez fiquem chatas. Acho que eu mesma enjôo e fico catando os defeitos no meio do ensaio. Começo a trazer textos novos, mudar tudo e isso é péssimo. O negócio é fazer uma boa parceria. Não posso reclamar de nenhum diretor, pois tive sorte em ser bem traduzida para a cena. Acabei de ter uma peça dirigida ("Não Vamos Falar Sobre Isso Agora") por um artista muito especial, o diretor Jorge Caetano. Não é questão somente de talento, apesar de o Jorge ser um artista brilhante, acho que é mais a coisa da sintonia. Estamos exatamente na mesma freqüência criativa. Falando a mesma língua. Isso é único. A direção do Jorge é um abraço na minha alma. Ficamos em cartaz com essa peça no Villa Lobos e voltaremos no Teatro das Artes para fazer maio e junho.


musical sobre Copacabana


Eduardo Dusek anuncia sua volta à MPB
Depois de quase dez anos sem gravar, o músico (agora com mais um S no sobrenome) lança songbook de Carmen Miranda e prepara outros projetos.



Planos incluem musical sobre Copacabana

Dussek afirma que, durante esse jejum fonográfico, trabalhou como ator, apresentador de TV, diretor, escritor de espetáculos e compositor para teatro. "Dei-me esse luxo de parar de gravar para ficar esse tempo me reciclando. Foi interessante. Nesse período, comecei a produzir três discos. Mas não eram coisas que assinasse em baixo, que dava como boas. Esse disco atual foi de retomada, mas recentemente já venho me sentindo mais preparado para voltar ao mercado, tanto que meu próximo disco já praticamente pronto, o que não desmerece o atual, que fiz com enorme prazer pois saquei relendo esse repertório que bebi muito nos compositores da época da Carmen. Eles tinham aquele humor carioca misturado com algo romântico. Acho que estou no caminho certo", reflete. Além do próximo CD de carreira, com inéditas, ele planeja para o segundo semestre reunir todas as canções infantis compostas por ele nos últimos 20 anos, registrá-las em disco e correr o país com um show. "Esse disco vai agradar a crianças e adultos pois as canções são divertidas. Mas meu principal objetivo é desenvolver esse projeto em benefício das crianças com câncer. Pretendo levar esse repertório a enfermarias e hospitais. A idéia é conseguir um patrocinador que banque alguns shows e compre um número razoável de CDs que possam ser doados a essas instituições".Antes, porém - no final de maio ou início de junho -, ele estréia Me Dá, Copacabana, um espetáculo musical, que escreveu em parceria com o ator Jorge Caetano. "É um musical sobre Copacabana com direito a música, balé, coro, sapateado... Tudo que tem direito!", antecipa Dussek, que retirou o título da peça de um funk que gravou em 1983 no LP Cantando no Banheiro. "Como compus cerca de 20 músicas para o musical, de lundu a rap, creio que ele se transformará também em disco".

Rodrigo Faour
22/02/2001


domingo, 22 de junho de 2008

VENEZA



JORNAL PUCVIVA n° 487 - 24/05/2004
VENEZA, de Jorge Accame Um espetáculo poético, divertido, inteligente com Laura Cardoso , Arlete Salles, Ewerton de Castro, Débora Olivieri, Juliana Baroni, Jorge Caetano, com adaptação e direção Miguel Falabella Numa cidade isolada, decadente e esquecida no tempo vive Gringa uma velha cega. Dona do bordel, Gringa ( Laura Cardoso) se recusa a morrer sem antes viajar para Veneza para rever o maior amor de sua vida, Giácomo (Jorge Caetano). Assim começa a história de Veneza. A trama se desenrola quando as três prostitutas da casa - Rita (Arlete Salles), Madalena (Juliana Baronni) e Marta (Débora Olivieri) – decidem cumprir o último desejo da patroa e se preparam para levá-la até Veneza...até que percebem o quanto a viagem é cara e impossível de ser realizada. A partir daí, com a ajuda de um antigo cliente, Tonho (Ewerton de Castro), e utilizando todos os elementos que estão ao seu alcance, simulam uma viagem à cidade italiana, para que Gringa possa morrer em paz. Os esforços para construir essa viagem imaginária constituem uma fonte inesgotável de humor, criatividade, emoção e lirismo. No espetáculo Veneza, o sonho tem o poder de transformar a realidade quando todos acreditam estar visitando a cidade italiana sem nunca ter saído do lugar. Segundo o diretor Miguel Falabella "Veneza tem um trato delicado com o imaginário". Elenco: Laura Cardoso - "Gringa", ex-bailarina é a dona do prostíbulo. Arlete Salles - "Rita", prostituta antiga da casa, é a mais próxima da Gringa. Ewerton de Castro - "Tonho", cliente fiel desde a adolescência, presta serviços na casa em troca de sexo. Juliana Baronni - "Madalena", uma prostituta de 16 anos recém-chegada na casa é a sensação do prostíbulo. Débora Olivieri - "Marta", antiga na casa, é a maior encrenqueira do lugar. Jorge Caetano - "Giácomo" o grande amor da vida de Gringa.

Ficha Técnica: Texto: Jorge Accame Adaptação e direção: Miguel Falabella Cenário e figurinos: Cláudio Tovar Direção musical: Josimar Carneiro Iluminação: Aurélio de Simoni Coreografia: Renato Vieira Produção executiva: Cinthya Graber, José Carlos Furtado e Ronaldo dos Reis Assistente de direção: Adélia Sampaio Seleção musical: Cristiano Gualda, Assistente de cenário e figurinos: Bayard Tonelli Assistente de iluminação e operação de luz: Guiga Ensá Operação de som: Jean Carlos Borges Camareira: Sonia Crioula Contra regras: Luiz Alberto e Sergio Dias Uma produção de Cinthya Graber e José Carlos Furtado Estréia: 21 de maio de 2004 Temporada: até 15 de agosto Local: TUCA (Rua Monte Alegre, 1025, 3188-4156) Horários: sexta e sábado - 21h e domingo - 19 h Preços: R$40,00 Bilheteria: aberta às quartas e quintas das 15h às 20h – sextas, sábados e domingos das 15h ao início do espetáculo – débito, cheque e dinheiro Central de vendas: com cartão de crédito – terça a domingo – das 11 às 19 horas. Tel: 3188.4156 - aceita todos os cartões Duração: 80 minutos Classificação etária: 14 anos Crédito da matéria: Quatro Elementos Comunicação & Mkt. Cultural

SOUTH AMERICAN WAY - Estréia em São Paulo - 19/04/2002






Jorge Caetano e Stella Miranda



SOUTH AMERICAN WAY -FOLHA DE SÃO PAULO - 19/04/2002

Musicais retratam mito e mulher em Elis e Carmen Miranda


VALMIR SANTOS da Folha de S.Paulo
Os musicais biográficos, de dramaturgia mais acurada, conquistam a cena carioca como tendência desde meados dos anos 90. "Dolores", "Crioula" e "Cole Porter-°Ele Nunca Disse que me Ama", por exemplo, verteram para o palco, respectivamente, as trajetórias de Dolores Duran, Elza Soares e do músico americano Cole Porter.Duas produções recentes, "South American Way" e "Elis", chegam hoje a São Paulo para cantar e contar momentos da vida de duas grandes vozes do cancioneiro nacional.Carmen Miranda (1909-55), a Pequena Notável, está representada em "South American Way" por Stella Miranda e Soraya Ravenle, em temporada no teatro Procópio Ferreira. O texto é de Maria Carmen Barbosa e Miguel Falabella, com direção deste.Elis Regina (1945-82), a Pimentinha, surge em "Elis" por meio da interpretação de Inez Viana, no Centro Cultural Banco do Brasil. A dramaturgia é de Fátima Valença e Douglas Dwight. A direção, de Diogo Vilela.A simultaneidade dos projetos em praça paulista confere com o estigma que costuma tatuar as grandes musas. Como Marilyn Monroe (1926-62), guardadas as proporções, Carmen e Elis oscilaram sucesso e vertigem pessoal. Inseguranças, desamores e tranquilizantes são pontos comuns."Depois de estudá-la, deu vontade de pegá-la no colo", diz Soraya Ravenle, 39, a Carmen Miranda na juventude, então Maria do Carmo, vendedora de chapéu que vivia a cantarolar na loja."Toda a sua brejeirice e a vitalidade natural desaparecem nos últimos filmes, quando surge como caricatura de si, infeliz", afirma Ravenle, que já interpretou a introvertida Dolores Duran.Stella Miranda, que dirigiu musicais na mesma linha, interpreta o papel de Carmen nos períodos de auge e de decadência. "Ela foi preterida no Brasil, os EUA a engoliram, não deixaram ela ser o que queria", diz a melhor atriz dos prêmios Shell e Governador do Estado em 2001.Há uma passagem em que Maria do Carmo e Carmen se encontram, justamente quando o mito ascende e a mulher sucumbe. Miranda e Ravenle treinaram o canto agudo de Carmen e seus erres puxados, na alegria e na dor.Com registro vocal de mezzo-soprano, Inez Viana, 36, também mergulhou na vida de Elis Regina e quer traduzir a sensibilidade da voz e do caráter dessa mulher movida pela paixão. O pano de fundo é o show "Saudades do Brasil", realizado em 1980.Momentos dos dez aos 34 anos de Elis são entrecortados por aproximadamente 40 canções. Os pais, seu Romeu e dona Ercy, os ex-maridos Cesar Camargo Mariano e Ronaldo Bôscoli, e amigos como Jair Rodrigues e Edu Lobo são transformados em personagens que pontuam os diálogos dramáticos.
SOUTH AMERICAN WAY
De: Maria Carmen Barbosa e Miguel FalabellaDireção: Miguel FalabellaDireção musical: Josimar CarneiroCom: Germana Guilherme, Ryta de Cássia, Jorge Caetano, Jorge Maya
Onde: teatro Procópio Ferreira (r. Augusta, 2.823, tel. 0/xx/11/ 3082 2409)Quando: estréia hoje, às 21h; de qui. a sáb., às 21h; dom., às 18hQuanto: de R$ 35 a R$ 80Patrocinador: BR Petroquisa